Song | Saudade |
Artist | Blonker |
Album | Tender Moments Vol.2 |
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Tenho tantas recordações como | |
Folhas tremendo nos ramos, | |
Canas murmurando à beira-rio, | |
Aves cantando no céu azul, | |
Frémito, murmúrios, canção: | |
Tantas! E mais disformes que sonhos. | |
Mais ainda: De todas as esferas celestes; | |
Como a onda, que ao quebrar, | |
Invade a imensidão da praia, sem | |
Nunca porém, um grão de areia expulsar. | |
Em atropelo, ouço-as segredar, | |
Ora agrestes, ora ternas, duras ou sinceras; | |
De tanta fartura, ainda dou em louco, | |
Esqueço quem sou e torno-me um outro. | |
As que são tristes, mais tristes me soam; | |
Agora que sei outro recurso não ter, | |
Que ficar de novo encalhado | |
Nas margens do eterno sofrer. | |
Também as felizes, se tornam mais tristes, | |
Pois para sempre se esvaneceram: | |
Beijos, luxos, palavras do passado, | |
São como frutos que em mim morreram. | |
Nada mais tenho que recordaçøes, | |
A minha vida já há muito se foi. | |
Como pode um morto cantar ainda? | |
Em mim já nenhum canto tem vida. | |
Nas margens dos grandes mares, | |
Na funda escuridão dos bosques, | |
Ouço ainda o grande rumor despertar | |
E nenhuma voz que o faça libertar. |
Tenho tantas recorda es como | |
Folhas tremendo nos ramos, | |
Canas murmurando a beirario, | |
Aves cantando no ce u azul, | |
Fre mito, murmu rios, can o: | |
Tantas! E mais disformes que sonhos. | |
Mais ainda: De todas as esferas celestes | |
Como a onda, que ao quebrar, | |
Invade a imensid o da praia, sem | |
Nunca pore m, um gr o de areia expulsar. | |
Em atropelo, ou oas segredar, | |
Ora agrestes, ora ternas, duras ou sinceras | |
De tanta fartura, ainda dou em louco, | |
Esque o quem sou e tornome um outro. | |
As que s o tristes, mais tristes me soam | |
Agora que sei outro recurso n o ter, | |
Que ficar de novo encalhado | |
Nas margens do eterno sofrer. | |
Tambe m as felizes, se tornam mais tristes, | |
Pois para sempre se esvaneceram: | |
Beijos, luxos, palavras do passado, | |
S o como frutos que em mim morreram. | |
Nada mais tenho que recorda es, | |
A minha vida ja ha muito se foi. | |
Como pode um morto cantar ainda? | |
Em mim ja nenhum canto tem vida. | |
Nas margens dos grandes mares, | |
Na funda escurid o dos bosques, | |
Ou o ainda o grande rumor despertar | |
E nenhuma voz que o fa a libertar. |
Tenho tantas recorda es como | |
Folhas tremendo nos ramos, | |
Canas murmurando à beirario, | |
Aves cantando no cé u azul, | |
Fré mito, murmú rios, can o: | |
Tantas! E mais disformes que sonhos. | |
Mais ainda: De todas as esferas celestes | |
Como a onda, que ao quebrar, | |
Invade a imensid o da praia, sem | |
Nunca poré m, um gr o de areia expulsar. | |
Em atropelo, ou oas segredar, | |
Ora agrestes, ora ternas, duras ou sinceras | |
De tanta fartura, ainda dou em louco, | |
Esque o quem sou e tornome um outro. | |
As que s o tristes, mais tristes me soam | |
Agora que sei outro recurso n o ter, | |
Que ficar de novo encalhado | |
Nas margens do eterno sofrer. | |
També m as felizes, se tornam mais tristes, | |
Pois para sempre se esvaneceram: | |
Beijos, luxos, palavras do passado, | |
S o como frutos que em mim morreram. | |
Nada mais tenho que recorda es, | |
A minha vida já há muito se foi. | |
Como pode um morto cantar ainda? | |
Em mim já nenhum canto tem vida. | |
Nas margens dos grandes mares, | |
Na funda escurid o dos bosques, | |
Ou o ainda o grande rumor despertar | |
E nenhuma voz que o fa a libertar. |