Manuela de Freitas / Pedro Moreira Vais dizendo que estou louca Que não me fazes feliz Mas ao beijar a tua boca Não é isso que ela diz E basta dizer meu nome Como só ela é capaz Pra matar a minha fome Dos beijos que não me dás Talvez, meu amor, talvez Talvez seja insensatez Talvez Talvez que eu esteja enganada E que, mais mês menos mês, Um dia, às duas por três, Tudo isto acabe em nada Tu não suportas a rede Que teço para os teus passos Mas vais matando esta sede De te enredar nos meus braços Repetes que ainda é cedo Para saber o que queremos E é tarde pra não ter medo Daquilo que já sabemos Talvez, meu amor, talvez Talvez seja insensatez Talvez Talvez que tenhas razão Mas diz-me então os porquês De dizeres sempre talvez Em vez de dizeres que não Eu hei-de te repetir “Talvez, meu amor, talvez” Até que te oiça pedir “Meu amor, fica de vez