A luz que se arredonda Alongando uma sombra sozinha A saudade a bater Uma dor que ao doer é só minha Um desvio inquieto Um olhar indiscreto na esquina Um rapaz de blusão Arrastando pela mão a menina Passa um velho a pedir Incapaz de sorrir pelos passeios Um travesti que quer Assumir-se mulher sem receios O alarme de um carro Um cigarro apagado indulgente Um cheiro inusitado O semáforo fechado para a gente Sobe o fado de tom E o fadista que é bom improvisa Estão em saldos sapatos Desce o preço dos fatos de cor lisa Um eléctrico cheio Uma voz de permeio vai chover Bate forte a saudade Como é grande vontade de te ver