Da cama pro banho, do banho pra sala O sono persiste, o sol não tarda A vida insiste em servir um velho ritual Que sempre serve a tantos outros O mesmo pão comido aos poucos Se senta e abre o jornal Tudo parece normal Um dia a menos, um crime a mais No fundo, no fundo, no fundo tanto faz Já é hora de vestir o velho paletó surrado E caminhar sobre o caminho pisado Que o conduz rumo à batalha que inicia cada dia Conseguir um lugar pra sentar e sonhar no lotação E é tudo igual, igual, igual, igual.... No fim dos dias úteis há dias inúteis Que não bastam pra lembrar ou pra esquecer de quem se é O ar pesado nesse bairro pesado em plena barra pesada A mão pesada vem oferecer E conta os trocados contando vantagem E toma uma bola, começa a viagem E enquanto não chegar a velha hora Que inicía cada dia Em várias partes da cidade, por lazer ou rebeldia A mão pesada se abrirá Oferecendo a garantia barata de que tudo vai mudar E é tudo igual, igual, igual....